A TÉCNICA DO “FEEDBACK”

Há exatos 17 anos, enquanto prestava serviço voluntário de auxílio espiritual à famílias de uma comunidade carente na periferia de São Paulo, percorria uma rua deserta na companhia de um amigo, em direção ao nosso destino naquela tarde, quando nos deparamos com uma situação dramática e inusitada.

Numa modesta casa, sem muros e com a porta entreaberta, um casal discutia violentamente. Tendo em mente a missão naquele bairro, não pensamos duas vezes e entramos depressa e respeitosamente naquela residência.

Havia algumas crianças assustadas no canto da sala, uma mulher estava muito nervosa e um homem encontrava-se totalmente transtornado com uma garrafa de álcool numa mão e uma caixa de fósforos na outra.

Rapidamente percebemos o que estava prestes à acontecer e antes que pensassem em nos expulsar, nos apresentamos e declaramos o propósito de estarmos ali. Por incrível que pareça, após algumas palavras de orientação, ambos começaram a se acalmar. Aplicamos então uma técnica para solução de conflitos chamada “feedback”.

A prática foi conduzida posicionando um a frente do outro, convencendo ambos a expressarem tudo o que identificavam de positivo no parceiro. Após que, com o clima mais pacífico e uma atmosfera propícia, os dois foram estimulados a apresentar algo que ambos poderiam melhorar no relacionamento.

De fato, nada foi feito além de ajudá-los a aplicar uma técnica para solução de conflitos. Uma hora depois, saímos daquela casa com o casal abraçado e um sentimento de gratidão. Conflitos devem e podem sim ser enfrentados em todas as situações, mas existem formas mais e menos eficientes de abordá-los.

O papel do administrador é identificar os focos de conflito na equipe e prevenir quando possível. Porém, quando tiver que enfrentá-los, deve fazê-lo com firmeza, discernindo com sabedoria a melhor forma de deliberar a fim de dirimir as contendas que eventualmente resultam em saldo negativo para empresa.

REFERÊNCIAS – Daniel Santana;